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Arvorejar é uma palavra que pode parecer estranha, significa cobrir-se de árvores nascidas espontaneamente.
Trata-se, no meu caso, não da expressão em si envolvendo a palavra, mas de um sentimento de artista e pouco se pode explicar, mas tentarei…
O meu desejo é deixar que estas árvores brotem naturalmente em mim e através da minha arte. Que nascidas da minha pintura, espichem raizes, possam elas se buscarem, se comunicarem e crescerem.
Desejo que as minhas árvores se cubram de folhas e flores. Esverdeando e colorindo cada cantinho, possam perfumar onde quer que nasçam e onde quer as plantem. Que os pássaros venham comer seus frutos e que se alegrem com seu canto, aqueles que nelas venham desfrutar de paz e descanso.
E assim, que eu possa ser uma com Elas. Que possamos ser nós mesmos em contato com Elas, arvorejando em nós para melhor, um pouquinho, sermos.
Esta é a primeira obra de muitas, que inicia meu Projeto Arvorejar, que cuidará de desenvolver algumas séries de pinturas relacionadas a este tema.
Aguardem, pois cada uma a seu tempo vai nascendo, crescendo e florescendo…
Se você é como eu, um amante das matas, defende aquilo que deseja preservar e gosta da ideia de plantar árvores. Arvorejar o mundo para ficar melhor é o que sinto e passou a objeto deste meu projeto de arte.
Você pode e deve plantar árvores através da arte como eu, ou efetivamente fazer isto. Plante também esta ideia. Plante todas as árvores que puder e de todas as maneiras que quiser.
Colabore também para que este mundo e você possam respirar melhor. Não sabe como? Tem gente que faz isto por nós.
Fica a minha dica para ampliar o que vai além de uma palavra, que pode soar estranha, mas que fez para mim todo sentido e passou a inspirar meu Projeto de Arte Arvorejar.
Na vida estamos o tempo todo sem perceber, elaborando composições. Quando nos vestimos, pensamos em como vamos nos apresentar perante os outros. Quando nos alimentamos, arrumamos a mesa de uma forma que nos agrade, nosso prato também de forma que agrade ou de modo que seja prático para nosso jeito de ser. Quando organizamos nossa casa colocando este ou aquele objeto, dispomos móveis, escolhemos cores, enfim estamos sempre construindo uma composição de acordo com critérios pessoais e estéticos particulares que nos represente conforme nossa personalidade.
Leitura de uma composição
Em se tratando de uma obra de arte, especificamente uma pintura, a composição deve ser pensada de maneira muito próxima da forma como um escritor constrói um bom texto, uma narrativa ou mesmo uma poesia. Isto pode até parecer estranho à princípio, mas as pessoas percorrem uma obra visual de forma muito parecida de como leem um texto.
Nós ocidentais lemos de cima para baixo e da esquerda para direita. Da mesma forma nossos olhos percorrem uma pintura. Caso o autor do texto seja um oriental a composição obedece outros parâmetros de leitura, obviamente levando-se em conta a sua cultura. Assim, a obra de arte no oriente, por exemplo, é pensada de forma distinta do ocidente como são completamente distintas as formas de leituras.
Guiando o olhar do expectador
O início de um texto, assim como a entrada de uma composição deve ser leve, convidar o espectador a percorrer a narrativa. Precisamos oferecer uma degustação que faça com que as pessoas se sintam motivadas a conhecer a história.
O mesmo se dá quando por exemplo ofereço um jantar. A entrada nunca deve ser algo pesado, senão perde-se todo interesse no que vem depois. Se coloco um empecilho logo na entrada da pintura, o espectador perde o interesse em continuar percorrendo visualmente a obra. Algo esta ali impedindo, criando uma barreira visual, um incomodo muitas vezes inconsciente, na qual as pessoas não conseguem continuar percorrendo a tela em questão. Se uma imagem não está bem composta, o observador desvia sua atenção para um ponto sem grande interesse no quadro.
Um bom texto oferece parágrafos, pontos, vírgulas, pausas, entre outros recursos que vão prendendo o espectador. Uma obra de arte deve oferecer ritmos diferentes, variedade de elementos, assim como pontos de descanso visual, vazios, momentos de silêncio que somados formam uma unidade, um todo equilibrado, harmônico. Devo pensar na variedade de forma a ser algo instigante e não confuso, que faça fluir o olhar até chegar ao “ponto de ouro” que é o ponto de maior interesse na pintura.
“A disposição da minha pintura tende inteiramente para a expressão pela composição. O lugar ocupado por figuras e objetos, os espaços vazios que o cercam, as proporções, tudo tem seu papel”. Matisse
Variedade e unidade em uma composição
A variedade e unidade são duas qualidades muito importantes numa boa composição. Variar texturas, combinar cores, linhas, grafismo entre muitos outros elementos oferecerem ao observador um rico repertório. Se bem equilibrado, acessa emoções, transmite harmonia, traduzindo a noção do que é “o belo“.
Chegar a este nível de beleza não é uma tarefa fácil. Um bom artista deve pensar a composição de maneira obter satisfação, aperfeiçoando assim o seu trabalho.
O estudo de obras dos grandes mestres, recursos técnicos, materiais e a observação acurada sempre trás bons resultados.
É importante buscar repertórios, pesquisar, estudar e exercitar sempre. A criatividade é inerente ao ser humano e a arte é uma maneira muito especial de comunicar-se, de deixar gravada na memória da humanidade sua história, seus costumes, os pensamentos de toda uma existência.
Por isto, ser artista é muito dignificante, mas exige uma grande responsabilidade perante nós mesmos, perante nossa obra e aquilo que ela eternizará como expressão de toda uma geração a que pertencemos.
“A beleza consiste em unidade na variedade” Aristóteles
Universo – uno em diversos – unidade e diversidade
Unidade sem diversidade é monotonia
Diversidade sem unidade é caos
Unidade com diversidade é harmonia
O conflito entre a Harmonia e a Desordem
A ideia de Beleza foi pensada pelos grandes filósofos. Para Aristóteles o fundamental sobre a Beleza é a harmonia, outro ponto importante colocado foi a questão da desordem. Admitia a desordem e a feiura como elementos aptos a estimular a criação da Beleza através da Arte. A grande contribuição de Aristóteles para a Filosofia Estética foi retirar a Beleza da esfera ideal que Platão defendia.
Para Platão “a Beleza é o brilho da verdade”. A Beleza então, passa a ser vista como propriedade do objeto e não como empréstimo da luz superior.
Aristóteles também escreveu o “Tratado sobre a Tragédia”, onde inclui o Feio na Beleza. Pois o Feio era excluído da Beleza e da Arte até então.
Para acessar o banco de imagens do Centro de História da Arte e Arqueologia (CHAA) – Unicamp, clique aqui.